Depois da polêmica envolvendo Antonia Fontenelle, agora foi Luiz Bacci quem acabou entrando na mira das redes sociais. Tudo por conta de uma publicação feita por ele sobre a cantora Preta Gil, que faleceu neste último domingo (20) e deixou uma legião de fãs e admiradores com o coração apertado.
Bacci, que é conhecido por suas postagens intensas no Instagram, relembrou em tom de homenagem — ou ao menos essa era a intenção aparente — o posicionamento político da cantora, destacando sua ligação com o ex-presidente Lula. Na legenda da foto, onde Preta aparece fazendo um “L” com as mãos, o jornalista escreveu:
“Preta Gil sempre se posicionou de forma clara, e era elogiada por isso, especialmente quando se tratava de política. Extremamente engajada, a cantora foi uma ativista de causas sociais relevantes, incluindo o movimento LGBTQIAPN+”.
Na sequência, ele completou a postagem dizendo: “Em 2018, dias antes da eleição que elegeu Jair Bolsonaro como presidente, a filha de Gilberto Gil fez uma publicação impactante nas redes sociais. A polarização daquele período a levou a deixar de seguir amigos e evitar contato com pessoas de opiniões diferentes. Preta tinha personalidade, ignorava críticas e seguia firme em suas convicções”.
A publicação, no entanto, não teve o efeito esperado. Ao invés de homenagens, Bacci foi bombardeado por críticas. Muitos seguidores entenderam a mensagem como uma tentativa de usar a morte da cantora para fazer política ou gerar engajamento em cima de um assunto delicado. O que era pra ser uma lembrança virou motivo de revolta.
Nos comentários, um seguidor desabafou: “Logo no dia da morte de Preta Gil, você escolhe diminuir o tamanho da mulher que ela foi, tentando encaixá-la numa narrativa política rasa, como se isso definisse sua existência? Preta era muito maior do que qualquer rótulo. Era arte, generosidade, coragem, amor pelos amigos, força diante da dor”.
E continuou o desabafo: “E você, ao invés de homenagear a vida dela, escolhe usar a morte como palco pra provocar engajamento? É de uma frieza absurda. Hoje era dia de silêncio, respeito e gratidão por tudo que ela representou. Mas tem gente que prefere manchete a humanidade”.
Outros comentários foram na mesma linha. Uma seguidora comentou: “Sou de direita, mas me senti envergonhada com esse teu post. Amo a Preta e respeito a posição política dela, mesmo não concordando com tudo. Mas hoje era dia de luto, não de lacração”. Outro foi mais direto: “A publicação foi infeliz, querendo polemizar nesse momento triste”. Já um terceiro disparou: “Bacci virou um jornalista vazio e sem luz”.
O episódio abriu mais um capítulo sobre os limites entre homenagem e oportunismo nas redes sociais. Em tempos de algoritmos famintos por cliques, até mesmo a morte de alguém querido pode virar combustível pra polêmica. E isso, claro, tem incomodado muita gente. Especialmente quando a pessoa em questão, como Preta Gil, deixou tanto amor, luta e arte em sua trajetória.
Talvez o momento peça menos opiniões e mais escuta. Um pouco mais de empatia e menos estratégia de visibilidade. Porque, no fim, o que fica não são os likes, mas o que a gente escolhe dizer – ou calar – nos momentos que realmente importam.