O adeus que comoveu o Brasil
Nesta sexta-feira (8/8), o samba chorou a despedida de um de seus maiores defensores. Arlindo Cruz faleceu aos 66 anos, após enfrentar complicações graves de uma pneumonia. A notícia foi confirmada pela família, que lamentou profundamente a perda e agradeceu o carinho recebido.
Desde o AVC que o atingiu em 2017, Arlindo convivia com limitações que lhe impediram de voltar aos palcos. Sua morte deixa um vazio no coração dos admiradores, mas também uma lembrança de força, humildade e generosidade.
Um legado que segue vivo
Filho de Madureira, no Rio, começou a tocar cavaquinho aos 7 anos. Cresceu nas rodas de samba com mestres como Candeia e pulou para o grupo Fundo de Quintal, onde brilhou por cerca de 12 anos.
Autor de centenas de composições, suas músicas foram gravadas por Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Maria Rita e outros grandes nomes do samba. Também fez obras para o carnaval, especialmente para Império Serrano e Grande Rio, ganhando prêmios e homenagens.
A luta que inspirou
Em março de 2017, sofrendo um AVC hemorrágico enquanto tomava banho, caiu na banheira de casa. Mesmo assim conseguiu falar uma única frase: “Estou fraco.” Foi isso que convenceu quem estava por perto a levar o artista imediatamente para o hospital.
Desde então enfrentou sequelas difíceis: paralisia, uso de sonda e perda de peso expressiva. Meses depois ainda iniciou tratamento com óleo de cannabis, em busca de melhora.
Um poeta do samba, lembrado com carinho
O impacto da morte não foi só na música — famílias, colegas e escolas de samba publicaram homenagens emocionadas. O Império Serrano chamou Arlindo de “compositor genial”, e Mangueira destacou sua obra como um “legado que transcende gerações”.
A família o definiu como “poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria”, que levou música e amor a todos. Que a lembrança de sua voz e canções siga viva em cada roda de samba, em cada coração que bate ao ritmo do seu legado.
Resumo
Notícia triste, mas o nome dele segue ecoando.
Legado amplo: compositor, instrumentista, referência.
Momento final, simples e humano: “Estou fraco.”
Carinho verdadeiro de fãs, familiares, escolas de samba.